Como tornar sua cadeia de fornecedores mais sustentável

terça-feira, jun 24

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Escrito por Paulo Rato

Categoria: Empreendedorismo

Falar de cadeia de suprimentos sustentável pode parecer algo distante — ou coisa para empresas gigantes com times ESG robustos. Mas a verdade é que toda empresa, de qualquer porte, tem uma cadeia. E se tem uma cadeia, tem impactos que vão além daquilo que acontece dentro do próprio CNPJ.

É justamente aí que está a oportunidade: melhorar a forma como sua empresa se relaciona com seus fornecedores pode gerar ganhos reais — de reputação, de eficiência e até financeiros.

Não é só sobre carbono, nem só sobre compliance. É sobre responsabilidade compartilhada.

A seguir, algumas ações que qualquer empresa pode adotar para começar essa transformação de forma prática e acessível.


Comece olhando para dentro

Antes de sair exigindo certificações ambientais, entenda a realidade da sua operação. Quem são seus principais fornecedores? Quais são os serviços e insumos mais sensíveis do ponto de vista ambiental e social? Há contratos vigentes com cláusulas de responsabilidade?

Só dá pra exigir o que você também conhece.


Leve ESG para a área de compras

Sustentabilidade não se implementa só no discurso. Começa, por exemplo, com decisões simples:

  • Por que comprar de um fornecedor a 2.000 km se há outro local, com menor impacto logístico?
  • Vale pagar menos por um serviço que vem de uma empresa com histórico trabalhista duvidoso?

Estabeleça critérios claros: descarte correto, condições de trabalho dignas, uso responsável de recursos. E deixe isso explícito em contrato — não por desconfiança, mas por transparência.


Troque cobrança por parceria

Nem todo fornecedor pequeno tem estrutura para seguir práticas ESG desde o início. Mas muitos estão dispostos a aprender. Por isso, em vez de só cortar, que tal desenvolver junto?

Crie momentos de escuta, compartilhe boas práticas, convide para formações. Cadeia sustentável se faz em rede — não na canetada.


Meça. Mesmo que comece pequeno.

Um bom começo pode ser:

  • Quantos fornecedores têm práticas sustentáveis já declaradas?
  • Qual % dos seus contratos já inclui cláusulas socioambientais?

Não precisa de software sofisticado. Uma boa planilha já resolve o essencial.

O que importa é: o que não é medido vira ruído. O que é medido vira gestão.


Sustentabilidade começa onde quase ninguém olha

A cadeia de suprimentos é, muitas vezes, o “ponto cego” das empresas. Mas também é uma das áreas com maior potencial de transformação. Ao trazer fornecedores para o centro da sua estratégia, você não apenas reduz riscos — você amplia seu impacto positivo.

Se quiser ajuda para estruturar esse processo de forma estratégica, com a linguagem do seu negócio e sem complexidade, fale com a Sustaneo. A gente trabalha justamente nesse ponto onde idealismo e pragmatismo se encontram.

Escrito por

Paulo Rato

Paulo Rato

Bacharel em Gestão Ambiental (EACH-USP), especialista em Gestão, Empreendedorismo e Desenvolvimento de Negócios (PUC-RS).