O impacto das mudanças climáticas nas finanças

terça-feira, maio 27

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Escrito por Paulo Rato

Categoria: Sustentabilidade

O impacto das mudanças climáticas nas finanças empresariais

As mudanças climáticas não são mais apenas uma pauta ambiental: elas são também um tema financeiro urgente. Ondas de calor intensas, secas, enchentes e outros eventos extremos têm causado prejuízos bilionários para empresas em todo o mundo — seja por paralisação de operações, danos à infraestrutura ou quebra de cadeias de suprimentos.

E a atenção não vem apenas da ciência. Órgãos reguladores e instituições financeiras estão acelerando medidas para que empresas integrem os riscos climáticos em sua gestão financeira. Para Pequenas e Médias Empresas (PMEs), essa realidade pode parecer distante, mas já está batendo à porta — tanto por pressão de investidores quanto por impacto direto nos custos e receitas.


Por que a mudança climática afeta as finanças?

A relação entre clima e dinheiro é direta. Veja alguns exemplos:

  • Interrupções na cadeia de suprimentos: Uma enchente em outra região pode atrasar ou inviabilizar a entrega de insumos essenciais.
  • Elevação de custos operacionais: Calor extremo aumenta o consumo de energia e exige ajustes em infraestrutura.
  • Perda de ativos: Instalações físicas expostas a eventos extremos se tornam mais vulneráveis, o que eleva o custo com seguros e manutenção.
  • Dificuldade de acesso a crédito: Bancos e fundos de investimento estão priorizando empresas com estratégias climáticas claras e integradas à gestão de riscos.

O que a sua empresa pode fazer na prática?

  1. Mapeie os riscos climáticos físicos e financeiros.
    Avalie se seus ativos, operações e fornecedores estão em regiões suscetíveis a eventos extremos. Faça simulações de impacto.
  2. Diversifique fornecedores e rotas logísticas.
    Ter alternativas previne paradas por conta de problemas climáticos em determinada área.
  3. Implemente eficiência energética.
    Reduzir o consumo de energia diminui custos operacionais e a exposição à volatilidade de preços.
  4. Invista em resiliência.
    Adapte estruturas físicas e processos para resistirem a extremos climáticos — desde telhados reforçados até sistemas de armazenamento de água.
  5. Inclua clima na governança.
    Crie comitês ou integre o tema em reuniões estratégicas. ESG e riscos climáticos devem fazer parte da alta gestão.
  6. Comunique-se com clareza.
    Compartilhe essas ações com colaboradores, parceiros e clientes. Transparência gera confiança e pode abrir portas para novos negócios.

Sustentabilidade é estratégia

Negócios resilientes são aqueles que se antecipam às mudanças. Incorporar o clima na estratégia financeira da sua empresa não é uma questão de “se”, mas de “quando”. E quem se prepara antes, lidera depois.

Escrito por

Paulo Rato

Paulo Rato

Bacharel em Gestão Ambiental (EACH-USP), especialista em Gestão, Empreendedorismo e Desenvolvimento de Negócios (PUC-RS).